sábado, 11 de setembro de 2010

Andanças...Semana Acadêmica de Filosogia - Linguagem, Hermenêutica e Cidadania

Alguns registros da participação na Semana Acadêmica da Filosofia, organizada por estudantes do curso de Filosofia da Unijuí, dentre os quais, Luana Oliveira e Mara Beatriz, as quais têm atuado voluntariamente na Casa de Auto Mútua Ajuda.

No evento se discutiu sobre temas que se referem a ‘Linguagem, hermenêutica e cidadania’ no que se refere a existência humana e seu sentido, no arcabouço da linguagem, como seres históricos e sociais.

Desta forma, o que acontece no mundo acontece em nós e o que acontece em nós também acontece no mundo. Somos co-produzidos. Contudo, é preciso estar atento ao contexto, que determinado historicamente pela ação humana, interfere no processo de produção de sujeitos e subjetividades.

Um destes aspectos é a forma de organização do sistema capitalista, vigente, presente no Brasil, conforme conferência no evento da Drª. Maria Cristina Paniago – professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), sobre ‘A Incontrolabilidade do Capital em Meszáros’.

O capitalismo, conforme K. Marx, I. Meszáros e M. C. Paniago, tem como foco o lucro e não as pessoas. Sua mola engendrante é o lucro e não a humanidade. As pessoas são um meio para o lucro. As pessoas consomem e neste movimento, podem consumir-se a si mesmas e ao ambiente.

O capitalismo, segundo Marx, na fala de Paniago, foi se constituindo da relação do homem com a natureza, pela capacidade de através do trabalho transformá-la em bens, produtos, etc, para atender as necessidades humanas, logo, com vistas ao desenvolvimento. Decorre para realização do projeto da classe burguesa – justiça, igualdade, liberdade, de um consenso entre a burguesia e os trabalhadores contrários a monarquia e ao clero. Contudo, a classe capitalista (burguesa) detinha e detém os modos de produção e a classe trabalhadora vende a força de trabalho, recebendo pelo mesmo menos do que ele vale, gerando excedente e mais valia ao detentor das formas de produção. O trabalhador precisa trabalhar para atender as suas necessidades. Há que se considerar que a classe capitalista, sem o trabalhador, não existiria, mas o trabalhador existiria sem a classe capitalista.

Não há produção de riqueza sem a exploração dos trabalhadores e consumo pelo mesmos, tanto o é, que se faz produtos para serem consumidos, com prazo de ‘validade’, não ditos, como por exemplo, quanto tempo é a durabilidade de uma ‘vassoura’? E assim se estabelece a cadeia do consumo. Consumo que não necessariamente requer uso. Pode-se consumir vassouras por achar elas ‘belas’ e ter uma coleção de vassouras. Prescinde o uso, mas imprescindível o consumo.

Ademais, para ‘se sentir incluso’ na sociedade, como não consumir? Enfim, estas questões são atravessadoras da subjetividade de cada um e importa refletir sobre e com elas, uma vez, que cabe perguntar – será que precisamos consumir tudo o que consumimos? Serve a quem o que consumimos? Ao nosso desejo de consumir, sempre insatisfeito, que vamos consumindo e consumindo ou ao que o capitalismo determina em nós?


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